quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ouvir e acreditar. Ler e concordar. Ver e aceitar.


       Estamos acostumados a fazer exatamente isso. O que o professor fala está sempre certo; os livros escritos por grandes pensadores estão sempre certos. A opinião dos outros sempre é a mais correta, a mais válida; a aceita. E ai da gente que abra a boca pra dizer: “não, eu acho que isso não é assim”. 
      Só para se ter idéia, durante toda a minha vida escolar, poucas pessoas discordavam de alguém – esse alguém, claro, o professor. Haja coragem! As pessoas te olham com cara de deboche. Eu fiquei surpresa por um aluno discordar do que, logo o professor, estava dizendo. Isso acontece porque é o tipo de coisa que não se espera de um mero ouvinte (nós). Cria até constrangimento, do professor ao aluno... Vai me dizer que você nunca guardou suas dúvidas por esse medo do tal constrangimento! Da rotulação de “burro”, do “cabeça-dura”. Mas é pecado perguntar? E discordar, é também? Porque sempre eles estão certos e nós não podemos estar? 
      Justamente por nos privarem desse questionamento, da crítica, hoje somos “alienados” em muitos aspectos. Temos medo de interrogar, de opinar. Às vezes dá até preguiça de pensar. E espanto quando alguém pergunta: você concorda com o que esse cara tá dizendo? Infelizmente muitos de nós fomos educados assim com a mente fechada, e como logo eu posso vou discordar do que fulano ou ciclano estão afirmando?
       Mas agora vieram me dizer que posso aceitar ou não o que um autor diz, por exemplo. Em um ponto concordar, mas no outro expor uma opinião contrária... Ou posso voltar e dizer que não concordo com absolutamente nada, discordar de tudo. E só isso não vale, tem que dizer o nosso real ponto de vista. 
       E é verdade. Não nascemos para ser a máquina receptora de arquivos prontos. Somos seres racionais, pensantes, assim como os grandes teóricos. Estou descobrindo que não nasci para ser, necessariamente, o barro a ser moldado à maneira como querem que eu seja. Se não se importam, espero ter a forma que eu quiser, não a que dizem que eu devo ter. Não quero preferir discursos prontos, quero criar o meu. Não quero idéias formuladas, quero ser a formadora de idéias também, correndo o risco de ser igualmente criticada pelos poucos destemidos que existem por aí. Mas criticar não no sentido de retrucar (só esse nos vêm à cabeça), mas de pensar no novo de novo. E quem tiver disposto a dividir essa coragem, por favor, eu a quero. Ah, se quero...


Por: Amanda

Um comentário:

  1. Mais q a pura verdade !!!
    As vezes escondemos nosso ponto de vista para não afetar o próximo, isso é fato.

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